Casa Máy > Aromaterapia > Tradição Francesa – o aromatograma de Valnet e Girault
Em 1973, os Drs. J. Valnet e M. Girault adaptaram o antibiograma para os óleos essenciais. Chamaram a técnica, inicialmente, de antibio-aromatograma e, depois, apenas de aromatograma.
Duas características inerentes aos OEs precisaram ser superadas pra que seu potencial contra bactérias pudesse ser validado através do teste de difusão em disco:
– a volatilidade dos OEs, que poderia comprometer o resultados nos discos vizinhos; e
– a facilidade de se oxidarem, o que poderia comprometer a checagem da eficácia do OE testado.
Pra contornar estas duas dificuldades, os pesquisadores 1) diminuíram a quantidade de discos por placa de Petri, 2) diminuíram a quantidade de OE que impregnaria cada disco, e 3) mantiveram as placas empilhadas e ao abrigo da luz.
Pelo menos 10 anos depois o aromatograma já estava sendo oferecido por laboratórios franceses a pedido de médicos que buscavam usar OEs no tratamento personalizado de infecções.
A popularidade do método foi tão grande – e tão deturpada – que o Diretor Geral de Saúde e de Hospitais da França precisou emitir uma carta, em 1981, alegando a falta de credibilidade do aromatograma, o que levou Valnet a emitir 2 opiniões públicas: uma reprimindo colegas que abandonavam apenas ao teste um diagnóstico e prognóstico que deveriam ser clínicos antes de mais nada; e outra reprimindo duramente o Diretor Geral da Saúde por ignorar as pesquisas que datavam de mais de 80 anos sobre a ação antisséptica dos OEs.
A reação de Valnet nos ensina muito sobre a dificuldade que todo aromaterapeuta sério vivencia ainda hoje: a de precisar se posicionar ao mesmo tempo contra os que banalizam a aromaterapia e fazem sci-washing pra nomeá-la “científica” e os que a acusam de pseudociência por (in)completo desconhecimento do assunto.
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Beijo de cheiro, Mayra.