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Adulteração de hidrolato – isto é uma preocupação?
Sinceramente, não; a maior preocupação com hidrolatos deve ser sua conservação, já que se trata de um produto de fácil contaminação microbiana.
Entretanto, como ser aromaterapeuta é viver se perguntando “será que tá adulterado?”, cabe a dúvida também aos hidrolatos. A forma mais tosca de adulteração de hidrolatos (entendidos como co-produtos da destilação de plantas aromáticas com vapor de água) é:
– pega água destilada e acrescenta OEs em uma concentração “tipo hidrolato” (0,01% a 0,9%, por exemplo).
Apesar de tosca, é uma adulteração bem comum no mercado. Ela ainda existe porque os consumidores aprendem – erroneamente – que hidrolato é uma forma ultradiluída de óleos essenciais. Não é: hidrolato é hidrolato, tem sua composição química particular, e óleo essencial é óleo essencial, com sua também particular composição química.
Mas este tipo de adulteração não usa sintéticos, o que sempre nos parece “menos pior”. Duro mesmo é quanto enfiam moléculas de síntese e vendem como se fossem hidrolatos naturais. Isso ocorre particularmente na venda de hidrolatos de flor como os de rosa e de laranjeira que chegam ao Brasil por marcas que atendem ao mercado de culinária árabe, libanesa e indiana. Nem sempre, no rótulo, está claro se o produto é aromatizado artificialmente ou se se trata, de fato, de um hidrolato (água floral).
O aroma de rosa pode ser dado pelo acréscimo de álcool fenetílico à água. Já o aroma de flor-de-laranjeira é um pouco mais complexo pois, embora linalol, geraniol e nerol façam parte, três compostos que contêm nitrogênio comparecem no hidrolato: benzil nitrila, antranilato de metila e indol. Na adulteração da água de flor-de-laranjeira outros ésteres podem ser usados, como benzoato de metila, acetado de nerila, acetato de benzila.
A adulteração ocorre porque a demanda é alta, o natural é escasso e caro e o mercado paga pelo produto falso, normalmente por desconhecimento. Às vezes, quem vende não sabe a diferença entre o natural e o sintético; então, nem sempre se trata de má fé. De onde a importância do estudo 😉
Sabia disso, adulteração de hidrolatos?
Beijos de cheiro, Mayra.