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E vamos de MySpace, Orkut, YouTube, Del.icio.us…

Postado às 15:11 do dia 19/01/08

Olá, namastê!

Por conta de uma série de circunstâncias, passei os últimos 8 anos praticamente afastada da web porque, se a gente só usa internet pra enviar email e pesquisar telefone na lista online, então é um "desplugado".

Mas aí, por conta dos "ossos do ofício", caí na rede de novo, principalmente para criar o site de nossa cooperativa de estúdio de yoga no Paraná, o Navrattna Yoga.

Há 8 anos atrás, eu trabalhava com marketing numa empresa de telecom e era minha responsabilidade implementar novas tecnologias, como – pasmem! – SMS e WAP, que são carne de vaca na atualidade. A Web 2.0 sequer tinha sido traçada, embora já falássemos em XML. Na área de TI, que era meu segundo lar, eu brigava para que o site de nossa operadora de celular tivesse uma home com no máximo 20k (cômico!) e que não tivesse frames. Meu lema era usabilidade e meu ídolo era o Jakob Nielsen.

Aí, chegamos em dezembro de 2007 e, novamente na responsabilidade de criar um site do zero, virei para nossa agência de web, a Ponto.Com – parceira minha durante meu tempo em telecom – e soltei a seguinte pérola para o pessoal da criação:

"- Olha aí, nada de frame no site, hein?"

No dia seguinte, o dono da agência, com quem tenho uma amizade que vai além do business, disse que eu fui motivo de chacota entre a molecada do design e programação:

"- A Mayra tá falando em frame! Hahaha. Mas o nosso site é todo tableless."

Minha vaidade foi feriada neste momento. Então eu, que tinha passado metade de uma década criando meu filhos pequenos, sendo mãe, esposa, dona-de-casa; que tinha transformado minha vida pelo ideal de praticar e transmitir o yoga; que tinha saído da roda louca do workacoholismo, estava agora virando motivo de piada? Eu era, então, totalmente por fora e sem noção?

Aceitei a realidade: na web, o tempo corre como idade de cachorro, um ano vale por cinco. Eu estava há 40 anos fora da aldeia global. E, neste tempo, a web virou 2.0, o marketing estava sendo feito em redes sociais, os conteúdos começaram a ser distribuídos por licenças creative commons, o design chegou em camadas e colaborar já é antigo – novo é a portabilidade dos conteúdos colaborativos.

Para colocar nosso site na web, tive que me atualizar e foi quase demandatório criar meu perfil no My Space, Orkut, ter uma página personalizada no YouTube, Flick, postar nossos links do Del.icio.us e vez por outra dar pitada no Twitter.

Eu, que tinha a Barsa em casa e aprendi a escrever em máquina, tive que me atualizar para usar a Wiki e aprender a postar em blogs. Agora, todo dia aprendo mais e mais. E está sendo uma descoberta ótima.

Diante deste cenário, é assombroso a ancestralidade e, paradoxalmente, a atualidade do Yoga… Quando, na web, 8 anos mudam tudo, o Yoga continua há milênios sendo a mesma técnica para ampliar a consciência, alcançar saúde, desenvolver a espiritualidade. Continua acessível a qualquer pessoa, em qualquer canto do planeta e sempre dá os mesmos resultados se você se aplicar nele.

Entra ano e sai ano, entra um modismo e sai outro, o Yoga permanece como uma semântica real, sendo usada, distribuída, compreendida e acessada por praticantes que usam linguagens tão diferentes quanto seus DNAs.

No futuro, quando a Web 3.0 virar realidade, que eu volte a ser chamada de dinossauro, porque o Yoga sempre me manterá atualizada – atualizada com a minha felicidade.

Um abraço fraterno, Mayra C. Castro.

 

Este é um post originalmente inserido no meu perfil MySpace. Clique para ver o original.

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