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HP e a Pedra Filosofal – J. K. Rowling

Postado às 10:11 do dia 23/10/17

Neste ano, em 26 de junho, nós, potterheads de todo o mundo, comemoramos os 20 anos da publicação do primeiro livro da série Harry Potter: o HP e a Pedra Filosofal. Aqui, na minha escola, eu fiz uma pequena celebração: dei uma aula de poções a quem doou um livro infanto-juvenil (os livros foram entregues ao projeto Freguesia do Livro, que estava, na época, montando bibliotecas em escolas públicas de bairros mais carentes). Também tiramos fotos na minha parede que imita a Plataforma 9 3/4, com direito a malões antigos e uma gaiola com uma coruja de pelúcia; tivemos feijõezinhos mágicos e doces em formato de pomo de ouro.

HP e a Pedra Filosofal capa dura

Mas ponto alto desta pequena e animada comemoração foi lermos, em roda, trechos do livro. É a missão a que me propus em 2017, reler toda a saga, com uma diferença de quinze anos entre a primeira e esta segunda vez. Sempre foi algo que temi: relê-la. Eu não tinha 30 anos, não tinha filhos ainda. Hoje tenho 44 e dois meninos adolescentes. A pergunta era: será que ainda vou me encantar com a leitura? Será que vou descobrir que os filmes é que sustentaram esta minha paixão?

HP 20 anos plataforma bx

HP 20 anos aula poções Ensinando a criançada a fazer as poções-sprays de cada uma das casas de Hogwarts

HP 20 anos leitura

Lendo trechos de HP e A PEdra Filosofal

Não. E ufa! Simplesmente adorei reler. E percebi novas nuances, coisas que a maturidade – de idade e como leitora – agrega quando nos debruçamos sobre clássicos. Sim, eu sei, forçação de barra chamar HP de clássico. Colocá-lo ao lado das obras consideradas cânones, como as que cita Harold Bloom, é quase uma heresia. Mas, neste momento, a British Library abre uma exposição, em Londres, sobre a história destes livros. E, anos atrás (2012), JK, talvez uma das britânicas mais conhecidas no mundo, abriu as Olimpíadas de Londres lendo Peter Pan. Ou seja, a literatura infanto-juvenil inglesa produziu e continua produzindo clássicos – e  Harry Potter será, tenho certeza, o cânone da literatura de fantasia do século XXI. Uma história que toda criança conhecerá.

Harry Potter British Library

Ainda não completei a releitura de toda saga. Estou, na verdade, acompanhando o Book Club do Pottemore. Então, neste blog, primeiro virão as melhores partes de …A Pedra, e depois de …A Câmara Secreta. Mais pra frentes os demais.

Levante sua varinha, diga Lumos!. O brilho desta literatura nunca se apagará.

 

Auto-profecia

 ” – Uma carta? – repetiu a professora com a voz fraca, sentando-se novamente no muro. – Francamente, Dumbledore, você acha que pode explicar tudo isso em uma carta? Essas pessoas jamais vão entendê-lo! Ele vai ser famoso, uma lenda. Eu não me surpreenderia se o dia de hoje ficasse conhecido no futuro como o dia de Harry Potter. Vão escrever livros sobre Harry. Todas as crianças no nosso mundo vão conhecer o nome dele!” (p. 15)

– Acabei de pesquisar os termos Harry Potter no Google: 117.000.000 milhões de resultados. Sim, JK, todas as crianças no nosso mundo acabaram por conhecer o nome de seu personagem.

 

Conhece-te a ti mesmo

” – Você nunca contou? Nunca contou o que Dumbledore deixou escrito naquela carta para ele? Eu estava lá! Eu vi Dumbledore deuxar a carta, Dursley! E você a escondeu dele todos esses anos?

– Escondeu o quê de mim? perfuntou Harry, ansioso.

– PARE! EU O PROÍBO! – gritou tio Válter em pânico.

Tia Petúnia deixou escpar um grito sufocado de horror.

– Ah, vão tomar banho, vocês dois – disse Hagrid. – Harry, você é um bruxo.” (p. 42)

– Sabe quando, no Tarô, vamos d´O Louco para O Mago? Aconteceu aqui.

 

Latim, Cálculo e Anatomia

” – Vocês estão aqui para aprender a ciência sutil e a arte exata do preparo de poções – começou.” (p. 102)

– Todo curso tem sua disciplina-carrasco. No curso de Magia de Hogwarts, Poções. Se fosse uma competição do Master Chef, Poções seria prova de confeitaria.

 

Um homem livre de desejos

” – Agora, você é capaz de concluir o que é que o Espelho de Ojesed mostra a nós todos?

Harry sacudiu negativamente a cabeça.

– Deixe-me explicar. O homem mais feliz do mundo poderia usar o Espelho de Ojesed como um espelho normal, ou seja, ele olharia e se veria exatamente como é. Isso o ajuda a pensar?” (p. 155)

– Sempre cogitei se Dumbledore usaria o espelho como um espelho comum. Embora sábio, e poderoso, ele nunca me pareceu desprovido de vaidade.

 

” – Como foi que tirei a Pedra do espelho?

– Ah, fico satisfeito que você tenha perguntado. Foi uma das minhas ideias mais brilhantes, e cá entre nós, isto é alguma coisa.” (p. 216)

– Ah, a vaidade, o melhor dos pecados.

 

Nós, meros humanos

” – Firenze! – Agouro trovejou. – O que é que você está fazendo? Está carregando um humano! Não tem vergonha? Você é uma mula?” (p. 186)

e

” – Fazendo o melhor! O que isso tem a ver conosco? Os centauros se preocupam com o que foi previsto! Não é nossa função ficar correndo por aí como jumentos recolhendo humanos perdidos na floresta!” (p. 187)

– Sempre achei genial que nosso especismo aparecesse em HP… (o nosso, não dos centauros).

 

As coisas terríveis

” – Porque é uma coisa monstruosa matar um unicórnio.” (p. 187)

– Se o que de mais mostruoso humanos pudessem fazer fosse matar unicórnios…

 

O xadrez da vida

” – Isto é xadrez! retorquiu Rony. – A pessoa tem que fazer alguns sacrifícios!” (p. 204)

– Li em algum canto que crianças e adolescentes que leram HP sabem lidar melhor com o conceito de morte. Acrescentaria: os que aprenderam xadrez certamente entenderiam melhor que, na vida, às vezes não é você quem dá o cheque-mate. Toda uma geração de mimados cresceria mais saudável.

 

A justiça dos bons

” – … pelo melhor jogo de xadrez presenciado em Hogwarts em muitos anos, eu confiro à Grifinória cinquenta pontos.” (p. 220)

e

” – Segundo: à Srta. Hermione Granger… pelo uso de lógica inabalável diante do fogo, concedo à Grifinória cinquenta pontos.” (p. 220)

e

“Terceiro: ao Sr. Harry Potter. – A sala ficou mortalmente silenciosa. Pela frieza e excepcional coragem, concedo à grifinória sessenta pontos.” (p. 220)

e

” Existe todo tipo de coragem – disse Dumbledore sorrindo. É preciso muita audácia para enfrentarmos os nossos inimigos, mas igual audácia para defendermos os nossos amigos. Portanto, concedo dez pontos ao Sr. Neville Longbottom.” (p. 221)

– Quando você é criança e frequenta uma escola, você já sabe: não se ganham pontos por regras que não estão previstas. Exceto em Hogwarts.

 

Escrito por Mayra Corrêa e Castro (C) 2017

(Se compartilhar ou citar, mencione a fonte. É simpático e eu agradeço.)

 

ROWLING, J. K. Harry Potter e a pedra filosofa; tradução Lia Wyler. Rio de Janeiro, 2000.

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