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HP e a Câmara Secreta – J. K. Rowling

Postado às 19:48 do dia 26/12/17

A surpresa de um mundo totalmente novo ficou pra trás. Já temos três melhores amigos, professores preferidos e odiados, já temos inimigos claramente estabelecidos e aliados. Em Harry Potter e a Câmara Secreta, Harry cresce como personagem, Rony fica um pouco menos caricato, Hermione tem seu primeiro revés sério.  Também entendemos que a escola pode realmente ser perigosa e tomamos contato com a dimensão do poder de Voldemort.

HP e a Camara Secreta

Se você, assim como eu, está relendo toda a série neste ano em que comemoramos os 20 anos do lançamento de HP e a Pedra Filosofal, e se estiver fazendo isso de acordo com o calendário de leitura do Book Club do Pottermore, você sabe bem que, na altura em que resenho … A Câmarao clube já está na metade de … A Ordem da Fênix. Então, estou oficialmente atrasada com esta resenha, desejando um vira-tempo pra conseguir dar conta de trabalhar, cuidar de casa e ainda sentar no micro pra alimentar este blog. Quem sabe não peço à Professora McGonagall que me empreste um?

Mas, se você não precisar de um vira-tempo agora, quem sabe não continua lendo esta resenha pra descobrir algumas das melhores partes do segundo livro da série?

 

Pai-herói

” – Muito trabalho do Ministério, ouvi dizer – falou o Sr. Malfoy. – Todas aquelas blitze… Espero que estejam lhe pagando hora extra!

Ele meteu a mão no caldeirão de Gina e tirou, do meios dos livros de capa lustrosa de Lockhart, um exemplar muito antigo e surrado de um Guia de transfiguração para principiantes.

– É óbvio que não – concluiu o Sr. Malfoy. – Ora veja, de que serve ser uma vergonha de bruxo se nem ao menos lhe pagam bem para isso?

O Sr. Weasley corou com mais intensidade do que Rony e Gina.

– Nós temos ideias muito diferentes do que é ser uma vergonha de bruxo, Malfoy.” (p. 59)

– Muitas vezes, o heroísmo não brilha até que ele seja confrontado com a covardia. Este é um dos diálogos icônicos da saga, um em que a resposta certa é dada pela pessoa certa no momento certo. Uma daquelas respostas que nos fazem imediatamente saber de que lado está o mal e o bem. E quando você se lembra dos Malfoy fugindo pela ponte de acesso a Hogwarts na batalha final, a palavra vergonha se enche ainda mais de significado.

 

Amar é aceitar

” – Harry, acho que acabei de entender uma coisa! Tenho de ir até a biblioteca!

E, deixando os amigos, subiu as escadas correndo.

– Que é que ela entendeu? – perguntou Harry distraído, ainda olhando à volta, tentando descobrir de onde vinha a voz.

– Muito mais do que eu – disse Rony, sacudindo a cabeça.

– Mas por que ela tem de ir à biblioteca?

– Porque é isso que Mione faz – disse Rony sacudindo os ombros. – Quando tiver uma dúvida, vá à biblioteca.” (p. 217)

– Reler Harry Potter sabendo que Rony e Hermione ficam juntos no final é uma delícia. Cada rusguinha entre os dois, cada vez que um observa o outro, você vai ressignificando as passagens como sinais de que acabariam se casando. Quem, senão alguém que ama (amará) uma pessoa aceita o que ela faz sem a julgar por isso?

 

Enigmas dumbledorianos

” – Porém – continuou ele [Dumbledore], falando muito lenta e claramente de modo que ninguém perdesse uma só palavra – , você vai descobrir que só terei realmente deixado a escola quando ninguém mais aqui for fiel a mim. Você também vai descobrir que Hogwarts sempre ajudará aqueles que a ela recorrerem.” (p. 224)

– Minha casa é Grifinória, mas eu não posso deixar de notar que, nesta fala de Dumbledore, fica muito, muito claro que ele considera que Hogwarts é uma extensão da Grifinória. Hogwarts não ajudaria, então, alunos da Sonserina que a ela recorressem? Não seria certo pensar, neste caso, que ela poderia muito bem ter ajudado a lembrança de Voldemort dentro da Câmara Secreta? É por isso que Snape sempre acusou os alunos da Grifinória de egoístas e aparecidos – pouco se lembram de que Hogwarts têm outras 3 casas. Não nos culpemos por isso. Até Dumbledore comete este ato falho.

“Dumbledore esticou o braço para a escrivaninha da Profa. McGonagall, apanhou a espada de prata suja de sangue e entregou-a a Harry. Embotado, Harry revirou-a, os rubis rutilaram à luz da lareira. E então viu o nome gravado logo abaixo da bainha.

Godric Gryffindor.

– Somente um verdadeiro membro da Grifinória poderia ter tirado isto do chapéu, Harry – concluiu Dumbledore com simplicidade.” (p. 280)

– Quero dizer duas coisas sobre esta passagem: (1) Por que será que Lia decidiu não traduzir os nomes dos bruxos e bruxas fundadores, quando traduziu tantos outros e também traduziu os nomes das casas?; e (2) O fato da ajuda vir na forma da espada de Godric sempre me fez pensar que tipo de ajuda viria se um membro da Lufa-lufa estivesse na câmara, por exemplo, em vez de Harry. Apenas alunos da Grifinória poderiam expressar lealdade à escola, e, logo, a Dumbledore? Certa vez observei que pessoas que se identificam com a Grifinória usam camisetas com o brasão de Hogwarts, e pessoas das demais casas pouco o fazem, preferindo camisetas de suas próprias casas. É sério o que digo. Veja alguém com uma camiseta de Hogwarts na rua e pergunte a qual casa ela pertence? Ela dirá, quase sempre, Grifinória. É um palpite meu que membros da Grifinória portam mais os emblemas de Hogwarts que membros das outras três casas porque é do caráter deles sempre se identificar com causas, com algo maior que si próprios, com ideais de perenidade – algo simbolizado pela própria escola. Que você acha deste meu palpite? Faz sentido?

 

Escrito por Mayra Corrêa e Castro (C) 2017

 

ROWLING, J. K. (Joanne K.) Harry Potter e a câmara secreta. Tradução Lia Wyler. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

 

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