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A maldição do cavaleiro – Adriano Siqueira

Postado às 13:47 do dia 22/09/13

Este blog chega no seu terceiro cavaleiro resenhado; penso que seja muito. Depois de O Cavaleiro Inexistente (ótimo!), de Ítalo Calvino, e O Cavaleiro Fantasma (honesto), de Cornelia Funke, vem este A Maldição do Cavaleiro, de Adriano Siqueira, ruinzinho. Puxa, que dizer? É tão legal ver a literatura fantástica bombando no Brasil, autores investindo em autopublicação, fans – contados em centenas – interagindo com eles pelos blogs e redes sociais – mas quando você não pertence à patota e compra um livro desses pra ler, bem, pode ser uma decepção.

A Maldição do Cavaleiro começa interessante, a história do Cavaleiro Valente que tem como maldição morrer e renascer eternamente. Descontando a pontuação tortinha (equívoco mesmo; não personalidade) e os clichês do gênero, o início do livro até empolga, mas depois desanda numa mixórdia difícil de engolir. Agarrando-se no livro apenas pra saber se o mocinho ficará com a mocinha, chega-se a um final brochante. O final ressignifica toda o enredo, desde a primeira página, mas de um jeito bem frustrante.

Enfim, se você conhece o autor, é amigo dele, curte o gênero, vai fundo. Se não for nada disso, leia apenas o parágrafo abaixo, que tem seu charme: a delicadeza das lágrimas, o clichezão sempre apaixonante da força de caráter dos antigos cavaleiros medievais.

Ah, sim: o livro tem boas ilustrações internas. A capa é meio obviazona, mas os desenhos em P&B no meio do livro são bacanas.

 

 

“Todos olhavam para Valencius, mas não conseguiam ver seu rosto protegido pelo elmo. Tentava engolir o ódio e esconder a impotência por não vingar o assassinato de seu pais. Havia duas lágrimas em seus olhos, uma para seu pai e outra para sua mãe.

Duque Valente aproximou-se, pegou a espada e descansou a lâmina no sobrinho.

– O mais nobre dos cavaleiros deve ter amor no coração – disse ele. – Amor por seu povo, sua terra. O ódio não vence batalhas. A vingança é para humanos de pouca fé. Você é um cavaleiro, e o proíbo de ter os sentimentos de um homem vil. O proíbo de cometer suicídio, mas permito sacrificar-se para salvar a todos que ama. Jure por sua devoção ao seu povo. Jure que protegerá a nossa aldeia. Jure a sua eterna obediência ao Duque Valente!” (p. 21)

 

 

revisto por Mayra Corrêa e Castro ® 2013

 

SIQUEIRA, Adriano. A maldição do cavaleiro. Belo Horizonte: Editora Estronho/Selo Fantas: 2012, 1ª edição.

Leia um trecho do livro no site da editora. Clique aqui.

 

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