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Qual é a nossa tolerância para a variabilidade na composição química de OEs?

Postado às 10:38 do dia 24/02/22
Imagem com fundo azul contendo o desenho de flores com linhas pretas e quartzos de cristal estilizados englobando a seguinte frase, que tem a letra Q em posição capitular: Qual é a nossa tolerância pra variabilidade na composição química de OEs?

A variabilidade na composição química de OEs é a regra, e não a exceção. Você já sabe que as condições de solo, clima e fatores bióticos influenciam na forma das plantas metabolizarem substâncias pra interagir com o meio que a circundam. Então, uma Lavandula angustifolia cultivada na Provença a 1.200 m de altitude gerará um óleo OE estritamente diferente, em composição química, de uma mesma espécie cultivada na Bulgária a 800 m.

Mas a variabilidade de composição tende a ficar entre teores mínimos e máximos, o que garante tanto que a espécie botânica seja a mesma (lembre: metabolismo secundário é critério taxonômico), quanto uma certa previsibilidade nas indicações terapêuticas daquele OE.

Só que, se pararmos pra pensar, a variabilidade da composição química é ainda mais profunda. Continuando no exemplo da L. angustifolia, plantações ditas “de população”, ie, cultivadas a partir de sementes, são formadas por indivíduos geneticamente diferentes entre si. Então não é que dentro de uma mesma plantação cada pezinho de lavanda fina terá produzido exatamente a mesma composição química de OE; pelo contrário, o OE daquele lote de plantação tem a composição química que é a média da somatória do OE de cada indivíduo. Como irmãos, você espera que eles sejam diferentes, porém não tão diferentes assim.

Uma implicação deste raciocínio é questionarmos nosso grau de aceitação pra variabilidade química. Se aceitamos tranquilamente variabilidade entre indivíduos de uma mesma espécie colhidos em um mesmo terroir, estaríamos dispostos a aceitar a variabilidade entre indivíduos de terroirs diferentes (por exemplo, a mistura de L. angustifolia gt França com gt Bulgária?) ou, ainda, aquela entre indivíduos de espécies diferentes (por exemplo, mistura de Boswellia sacra com B. frereana)? Não temos a resposta pra isto. Mas, certamente, lidar com variações menos extremas de composição química é algo desejável, pois isto traz racionalidade na previsão de atividade farmacológica e de característica olfativa, além de segurança a consumidores.

Já tinha pensado nisto?

Beijo de cheiro, Mayra.

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