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OEs orgânicos e OEs selvagens

Postado às 14:55 do dia 08/12/21

Anos atrás, criou-se uma falsa polêmica no mercado de OEs de que olíbano-sagrado com certificado de orgânico seria superior a olíbano-sagrado sem certificado de orgânico.

Por que esta é uma falsa polêmica?

Porque o olíbano-sagrado (Boswellia carteri; syn. Boswellia sacra) é uma planta selvagem. O que significa ser selvagem? Ela não é cultivada, ela cresce de forma espontânea no meio da natureza; mais especificamente, cresce nas regiões desérticas da Península Árabe (Oman e Iêmen). Logo, o OE de olíbano é um produto que vem do extrativismo, e não do cultivo.


A ideia de que um coletor de resina de olíbano carregue agrotóxico pra borrifar em cada árvore que encontre nas dezenas de quilômetros percorridos é tão bizarra quanto a de que um mateiro faça o mesmo com outra espécie selvagem usada na aromaterapia, a copaíba.

Produtos oriundos da extração de espécies botânicas selvagens são orgânicos por natureza. Se forem de fato selvagens, não precisam de um certificado de orgânico. Mas, agora, preste atenção: isto não significa que não precisem de certificado nenhum!

Talvez a questão mais premente com produtos selvagens seja a comprovação de que venham de manejo sustentável, o que inclui a sustentabilidade ambiental, social e econômica. Nós, seres humanos, temos PhD em destruir espécies selvagens com um extrativismo predatório: apenas pra citar espécies aromáticas, já fizemos isto com pau-rosa e sândalo-indiano que, se hoje voltam a ter sobrevida no mercado, o tem graças a investimentos e persistência de pesquisadores e empresas comprometidos com o futuro do planeta. Mas oud, nardo-do-himalaia e espruce-canadense são exemplos de espécies ameaçadas de extinção graças a nossa ambição predatória.

Então, perceba que saber se OEs selvagens são orgânicos é a última de nossas preocupações. A principal deveria ser: eles vêm de um modelo ético, sustentável e responsável de extração?

Beijo de cheiro, Mayra.

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