Casa Máy > Aromaterapia > O famigerado “grau terapêutico”
Pense na seguinte situação:
Paciente com 100 kg, febre de 42 graus, ingere 5 gotas de novalgina. A febre abaixará?
Muito provavelmente, não.
Ué? Mas a novalgina não tem grau terapêutico? Não tem. O que a novalgina tem é um princípio ativo com potencial terapêutico. Se este potencial terapêutico se expressará ou não, depende de N fatores.
Mas os OEs têm grau terapêutico! São tão potentes! Os meus são puros! São de alta qualidade!
Errado. Você acha que a novalgina não é um medicamento puro e feito no mais alto padrão de qualidade? Claro que é!
O que ocorre é que a terapeuticidade não é um fator intrínseco a nenhuma substância, porque a terapeuticidade é o que ocorre quando todos os fatores dos quais dependem o efeito terapêutico estão presentes.
Quando dizemos que uma substância tem grau farmacêutico, dizemos que ela segue padrões pra uso farmacêutico, o que inclui, evidentemente, seu uso terapêutico. Mas o uso é que pode ser terapêutico; a substância não o é por si só.
Quando nos vendem OEs com grau terapêutico estão vendendo a ilusão de que substâncias agirão terapeuticamente independente dos fatores de uso. Isso não acontece.
Um OE não tem qualidade alta nem baixa; ele tem a composição química que tiver: ele é puro ou adulterado – simples assim. A composição química que se apresentar, descobriremos a que finalidade ela se presta.
Grau terapêutico não existe. O que existe é o efeito terapêutico do uso de uma substância, da qual se esperam certos atributos. No caso de OEs, se espera pureza (e queremos conhecer sua composição química, já que ela nunca é constante, pra saber se ela é compatível com a finalidade proposta).
Mesmo substâncias com grau farmacêutico podem não expressar sua terapeuticidade, porque atributos compatíveis são apenas metade da história.
Exija OEs puros. Apenas isso. E estude ou se consulte com um profissional pra que este OE puro expresse seu potencial terapêutico quando o usar.
Beijos de cheiro, Mayra.