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O que interfere na percepção olfativa de um odorante?
Nossa, muita coisa, mas muita coisa mesmo!
Nosso humor, por exemplo, interfere na forma como percebemos um odorante, fazendo-o mais agradável ou menos agradável. Com mulheres, se estão ovulando ou não, isso também pode interferir na forma como percebem um cheiro (além da conhecida hiperosmia gravídica).
Mas hoje quero nos deter em dois fatores que são relevantes em termos de formulações:
– A matriz na qual o odorante está diluído
– A concentração de diluição de um odorante.
Vamos pegar como exemplo o composto trans-2-Nonenal, um aldeído que confere o aroma indesejado de “papelão” à cerveja oxidada, e que aparece em pequena quantidade nos OEs, como no da folha de cenoura (4,02%), na flor de fumo-vermelho (0,55%) e no absoluto de cassia e em alguns cítricos em percentuais de 0,1.
O limiar de percepção deste composto, em ppm (partes por milhão), é maior quando diluído em cerveja do que em água, ou seja, é mais fácil percebê-lo na água que na cerveja. Por outro lado, diferentes concentrações deste composto trazem percepções diferentes: conforme a concentração aumenta (em uma mesma matriz), avaliadores olfativos o descrevem como pepino > óleo > madeira > plástico.
É factível pensar que a matriz de diluição e a concentração da diluição também vão interferir na percepção olfativa de OEs. Perfumistas sabem disso e por isso que trabalham com seus ingredientes em diferentes concentrações conforme o propósito, bem como adaptam uma mesma fórmula conforme ela for carreada em diferentes matrizes, uma vez que a matriz (a base carreadora) também interferirá na percepção da fórmula.
Bacana demais, né? A olfação é cheia de enigmas e descobertas incríveis.
Beijos de cheiro, Mayra.