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Não É Tão Difícil (Cozinhar Vegetariano) – #7

Postado às 13:24 do dia 02/02/12

Abro esta postagem dizendo que não é tão difícil cozinhar vegetariano. Entretanto, é a coisa mais impossível do mundo sair para comer um menu vegetariano fora de casa, em Curitiba, e pagar um preço justo por aquilo que você comeu. Via de regra, a gente paga caro.

Hoje vou trazer o exemplo do restaurante Babilônia do Shopping Mueller.

Olhando o cardápio do Babilônia, quem é vegetariano tem vontade de chorar. Se você quiser comer algo quente, as únicas opções vegetarianas para o almoço são os bolinhos de arroz com queijo gorgonzola, batata-frita e bolinho de mandioca com queijo. Tudo fritura. O cardápio de massas é inteiramente dominado por carnes, exceto um raviolone com recheio de queijo (de novo o onipresente queijo!). Então, você pode pensar em comer uma salada, mas todas elas são infestadas de carnes e a uniquinha opção sem carne tem a indefectível mussarela de búfala em cima de tomates com míseras folhas de alface-americana. Também existem os omeletes. Entre os omeletes, apenas uma opção não contém carne, mas contém queijo. Mas um omelete com queijo não é o tipo de refeição que você queira comer (hello, dono do Babilônia, há vegans no mundo), nem a opção mais nutritiva que você queira dar aos seus filhos.

Apesar desta lástima de cardápio no horário do almoço, o Babilônia tem uma ambiente legal e três vantagens: primeira, fica ao lado da PB Kids e você pode deixar seus filhos brincando por lá enquanto o almoço não vem; segunda, você não precisa esperar a conta vir: pega seu cartão e vai pagar no caixa, agilizando tudo.

A terceira vantagem do restaurante é que, diferentemente de muitos chefs, o chef do Babilônia concorda em adaptar algumas receitas para pessoas vegetarianas. Sendo assim, apesar de não estar no cardápio, fomos lá e comemos um nhoque ao sugo, um espaguete ao sugo e pedimos uma porção de brócolis. Para complementar o almoço, pedi fritas, dois sucos de laranja e uma água de coco.

Agora vem a parte “dark side of the force” desta história: apesar de adaptar o cardápio, o Babilônia não adapta o preço. Ou seja, o chef é flexível, mas o dono ou seja lá quem precifica as coisas na casa, não é. Sendo assim, por um nhoque ao sugo, paguei o preço do tal nhoque fiorentino, que vem com espinafre e carne; pelo espaguete ao sugo, paguei o preço do espaguete quatro queijos que é servido no jantar. Resumo da ópera: 92 reais! Carésimo, considerando que você não comeu nada, nada de especial. Vale? Claro que não! Vegetariano quando sai para comer fora é porque quer ver gente, nunca porque quer comer algo especial num restaurante visionário em que tanto o dono quanto o chef entendem que cativar a clientela veggie é lançar um diferencial no mercado e garantir uma clientela cativa. Tant pis pour eux.

Abaixo as fotos dos pratos que comemos.

É muito difícil ter boa vontade para com os vegetarianos, esta é a verdade sobre os restaurantes onívoros em Curitiba. Resta-nos os restaurantes vegetarianos. Mas eles não abrem à noite e não servem à la carte.

Alguém aí com disposição para investir num restaurante sofisticado vegetariano em Curitiba? Presto consultoria de graça, tá bem? Ficou atiçado? Vá fazer benchmark em São Paulo e no Rio. Por lá tá cheio de restaurante atendendo vegetariano, sendo lucrativo e enchendo os bolsos de seus donos com dinheiro… Basta ter boa vontade, porque público TEM.

Abs vegs, Má.

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