Casa Máy > Diário em Off - Posts > Brasil > Lemos quanto de 2007 pra 2011?
Fuçando mais detidamente os dados do relatório do Retratos da Leitura no Brasil 3, pesquisa publicada pelo Instituto Pró-Livro em agosto de 2012, achei dados muito desanimadores pra todos que amamos ler.
Fiz um resumão. Vá lendo:
Tamo mal na fita: Sul perde em termos percentuais na quantidade de leitores pra todas as regiões do Brasil e, em números absolutos, estamos em antepenútimos. Isso porque somos a região menos desigualdade no país e com a população mais longeva.
E estamos todos lendo menos apesar do governo federal comprar zilhões de livros pra escolares, programas de leitura e afins. Bão, bem bão. Um país se constrói mesmo com o quê? Homens e livros? Talvez homens e tablets…
E este quadro é ótimo: autores e livros mais admirados pelos brasileiros de 2007 pra 2011: se não contei errado, apenas 3 mulheres entre 25 autores; e 4 livros escritos por mulheres, sendo apenas 1 deles por brasileira. É muito conveniente dizer que não existe literatura feminina.
O consolo é que 2 autoras sao de um sucesso estrondoso no mundo todo: Stepheni Meyer e J.K. Rowling.
E algo no mínimo curioso: todo mundo diz que tá lendo menos porque não tem interesse por livros, mas todo mundo diz que lê por prazer. Fiquei confusa.
Obviamente, lemos mais em casa. Porquê: faltam bibliotecas, no ônibus ou metrô não tem nem como segurar um livro, em consultórios só tem revista Caras velha ou aquelas chatíssimas tipo Bem Estar.
E uma informação fofa: mamães!!! Somos nós, no pau a pau com professores, que influenciamos o que nossos filhos leem. Entao! É que nem comer verdura e fruta: se você não come, não adianta reclamar que seu filho só quer macarrão e batata-frita.
Mais uma informação divina: ganhar livro de presente estimula o hábito de leitura, mas ninguém dá livro de presente. Pronto! Já sabem o que dar no próximo aniversário, né?!
Mais uma: o jeito mais comum de ler um livro é comprando um, mas ninguém compra porque é caro, e ninguém tampouco frequenta bibliotecas públicas. Agora, por que não frequenta eu sei: porque elas emendam o feriado quando todo o comércio em volta tá aberto.
E na lanterninha, o Sul é a região onde se vai menos a bibliotecas. Eita.
E nem podemos dizer que a culpa de tão pouca leitura é da internet. Lê-se pouco porque se lê pouco mesmo. Livros digitais? Quê? Existem?
E apesar do auê em torno deles, os brasileiros acreditam mesmo é no livro de papel (mas que também não leem).
Resumo da ópera: livro que é bom, num Brasil de todos, por enquanto, é realidade que ainda não saiu do papel.
escrito por Mayra Corrêa e Castro © 2014