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Sou dada a numerologias. Aos que também têm a mania, escrevo logo meu nome. O de batismo: Mayra Corrêa e Castro.
Sim, eu sei, há um Y. Um Y, como Pitágoras advertiu, dificulta um pouco as coisas. Olhe o formato dele, um caminho bifurcado. Querem dizer que o Y faz a pessoa mudar muito de caminho até achar o seu. Veja por onde ele me levou até agora, idade de 39:
– Nasci paulistana, cresci joseense até os 18, estudei-me campineira dos 19 aos 22, vivo curitibana desde os 23.
– Formei-me linguista por 4 anos, trabalhei marketeira durante 10, subsisti professora de yoga por 9, ensino aromaterapia há 5, agora quero escrever.
– Aos 13 conheci meu atual marido. Temos dois filhos paranaenses, um nascido no Norte, outro mais pro Sul.
– Tomei leite materno, comi carne de vaca; hoje não quero mais nada da vaca, nem do boi nem dos bezerros: vegetariana há 12 anos.
– Estudei francês aos 11, aprendi alemão aos 17, fiquei no inglês até os 27. Alemão já não sei, quero aprender o espanhol.
Astrologia estudei em adolescente. Num ano de energia 7, o número do stress, fui aprofundar a numerologia e tive meu primeiro espanto: eu não era uma alma que vibrava a energia 8. O 8 do business, da autossuficiência, do mata a cobra e mostra o pau. Todo 8 tem orgulho de ser quem é. Eu tinha feito as contas errado.
Minha alma, em realidade, vibra dois números (praga do Y?), ora a energia do 33, ora do 6. O número mestre 33, idade de Cristo, mas que já foram logo avisando, uma energia muito sublime pra reencarnar nestes fins de era. (Do 33 talvez tenha herdado a facilidade de escrever.) Já a energia 6, essa é perfeitamente assimilável: meiguinha, amiguinha, queridinha. E insegura.
O insegura é que foi um choque pra quem se achava 8.
Mudou tudo. Ressignificou tudo. Sei que é besta, repensar quem somos a partir de um número, mas não é sempre assim? Com 1 ano, sua preocupação é perder o seio da mãe; aos 13 é ter seios iguais aos dela; aos 30, ser o seio dos filhos; aos 39 ainda os ter desejáveis; pra frente, que não lhe apareçam caroços neles.
Um dia me contaram que o Y sempre respinga no mapa numerológico, que sua vibração nunca é superada.
Mas achei outro jeito de lidar com ele: em vez de lamentar os desvios no caminho, resolvo encarar o Y como um funil, por onde as experiências diferentes que tenho na vida vão escoando. O funil é estreito; elas escoarão, portanto, lentamente – e assim arrasto o fim desta autobiografia pra um número, oxalá, próximo de 100.
escrito por Mayra Corrêa e Castro ® 2012
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