Casa Máy > As Melhores Partes - Posts > autoconhecimento > Sua realidade imortal – Gary R. Renard
Arten e Pursah, mestres ascensionados, voltam a visitar Gary, desta vez num período mais curto, de dois anos, durante o qual ele se torna um palestrante relativamente conhecido sobre Um curso em milagres (UCEM) e vê seu O desaparecimento do universo entrar para o catálogo da poderosa Hay House, editora de Louise L. Hay, autora do best seller mundial Você pode curar sua vida.
Mais leve que o primeiro livro, Sua realidade imortal vem mostrar exemplos práticos de como aplicar o perdão avançado, chamado de quântico, que é aquele que vai na causa, e não no efeito que vemos no mundo da forma. Gary começa a interagir com outros professores do UCEM, que nem sempre estão descompromissados com objetivos egoicos, e descobre, através de uma experiência no espaço-tempo, que o roteiro do ego de fato está todinho programado. Outro ponto importante deste livro é a recitação, por parte de Pursah, do Evangelho de Tomé; mas, pra mim, contraditoriamente, é uma parte dispensável. Quero dizer: dão bastante importância a ele, então deve conter algo que absolutamente não fui capaz de ver.
Não recomendo que ninguém leia este livro antes de ter lido O Desaparecimento do Universo. Menos espantoso, menos brilhante e muito mais rabugento que aquele, Sua Realidade traz menos insights, embora continue puxando nossas orelhas toda vez que tentamos burlar a lição do não-dualismo puro que é a mensagem do Curso. Por outro lado, traz algumas bem-vindas metáforas para entender o sonho e o karma nas páginas 18, 19, 35, 43, 70, 95 – e isso é o legal a respeito de Gary: ele realmente nos ajuda entender o Curso. Outra observação é que neste livro o autor dirige aos mestres perguntas que a plateia lhe fez. Então são coisas que ficam mais bem esclarecidas, como quando a gente acha que descobriu uma falha no Curso. Aí vêm Arten e Pursah e catipimba: respondem na lata – e a gente põe de volta o rabo entre as pernas.
Mas, do ponto de vista de uma experiência bastante particular, este livro trouxe uma revelação, que fez meu coração bater acelerado: desde 1994, quando li pela primeira vez A Tempestade, de William Shakespeare, tomei como citação favorita para minha vida – aquela a que recorro nos momentos difíceis, que sei de cor e salteado, e que deixo à mostra em minha escrivaninha – , algo que fala sobre o sonho. De repente, esta citação, que ficou cantando na minha cabeça quando abri pela primeira vez O Desaparecimento, é citada no final do capítulo 6 do Sua Realidade. Quêêê?! Parei tudo, parei de ler, fui catar meu exemplar de A Tempestade e fiquei pensando nisso, eufórica, pela madrugada adentro, na paixão absoluta que tenho por Shakespeare, que começou muito cedo em minha vida, antes dos 10 anos, sem que até hoje eu seja uma grande leitora de obras inglesas (exceto Harry Potter, que o mundo inteiro leu). Durante três dias trabalhei na resenha de A Tempestade, que publiquei aqui no blog, cotejando traduções da obra, que fui buscar pela internet e também em livrarias. Então a mensagem do Curso já estava no meu roteiro?! Hahaha, é uma possibilidade mesmo, não é? Hahaha
O mais bacana de uma vida com busca espiritual são os sinais e as coincidências, porque eles nos encorajam. Sim, são apenas ilusões, como tudo o mais – mas dão um baita ânimo!
Vá em frente e leia as citações que trouxe deste segundo livro de Gary. Você gostará.
Espiritualidade de boutique
“Pursah: Vamos falar mais sobre isso. Mas, para começar, vamos mostrar que a maioria dos estudantes espirituais gasta quase todo o seu tempo na fase de reunir informações. Isso é encorajado pela crença de que quanto mais informação espiritual colocarem em suas cabeças, mais iluminados serão. Assim, eles pulam de uma coisa para outra, lendo dúzias de livros sobre diversos temas espirituais. Durante nossa primeira série de visitas a você, nos referimos a isso como ‘fila do bufê espiritual’.
“Não há nada de errado em absorver informações. Na verdade, isso dá às pessoas um contexto necessário. O problema é que ela fazem um falso ídolo em relação a reunir informações, e isso não as leva a lugar algum. É um truque, uma cenoura na ponta de uma vara. É por isso que o que importa de verdade não é o que você sabe, mas o que faz com o que sabe. O que importa de verdade, em termos de acelerar seu desenvolvimento espiritual, é a fase da aplicação.” (p. 9)
– A gente lê o primeiro parágrafo e veste a carapuça, daí lê o início do segundo e diz “ufa!”, termina e diz “cacete”. Verdade que lemos muito, muito mesmo. Eu leio pacas. Pulei algumas vezes de cá pra lá, mas prefiro acreditar que é porque buscamos algo com que nos identifiquemos. Quando encontramos, o pula-pula termina e então mergulhamos naquilo.
És tu, queridones!
“Pursah: […] Portanto, a chave para a iluminação repousa em um segredo que pouquíssimas pessoas já souberam, mas que J conhecia bem: a maneira como experimenta e se sente a seu próprio respeito não é determinada pelo modo como as outras pessoas olham e pensam sobre você. A maneira como vai sentir e experimentar a si mesmo é determinada, na realidade, pela maneira como você olha e pensa sobre as outras pessoas.” (p. 16)
– Fica mais fácil entender isso se você se lembrar que só vemos no outro a nossa própria imagem. Leia abaixo, ficará mais fácil entender:
“Pursah: […] Não é mesmo suficiente apenas dizer às pessoas que o mundo não é real. Isso não vai levá-las a lugar nenhum. É verdade que saber que o mundo é uma ilusão é uma parte necessária do quadro todo. Mas é apenas o perdão verdadeiro, sobre o qual vamos falar muito mais uma hora dessas, que desfaz o ego. Sem ele, pouco progresso é feito. Tudo está relacionado à forma como você pensa. Se pensar que a pessoa que está vendo é um corpo, você é um corpo. Se pensar que a pessoa que está vendo é espírito, você é espírito. É assim que isso será traduzido por sua própria mente inconsciente; não existe escapatória. A maneira como pensa a respeito de outra pessoa determina como, no final das contas, vai se sentir sobre si mesmo.” (p. 22)
– Sacaste?
“Pursah: Uma das coisas mais importantes é não tornar o universo do tempo e do espaço real. Você é inocente porque ele não é real. Não espiritualize o universo. Não espiritualize a matéria ou a energia. A energia parece matéria para você algumas vezes apenas por causa da maneira como percebe a ela e a si mesmo. Você percebe a si mesmo como estando em um corpo, então, o corpo lhe diz o que sentir. Mas você deveria ser aquele que diz ao corpo o que sentir. Você não está no corpo; o corpo está na sua mente. Quando coloca a mente em sua perspectiva apropriada, está assumindo o controle da causa ao invés de ficar à mercê do efeito.” (p. 51)
– “Não espiritualize o universo” é uma frase demais, não é?!
“A” separação
“Arten: […] O universo do tempo e do espaço está destinado a encobrir o único problema, que é a aparente separação de Deus, e em especial a única solução, que é ir para casa através do perdão. Como o Curso diz, e isso é muito importante: ‘O senso de separação de Deus é a única falta que realmente precisas corrigir’.8 Se essa é a única falta, todas as outras são apenas simbólicas da primeira e única falta.” (p. 41)
– Não há limite para a quantidade de vezes que teremos de ouvir: o problema é a separação, camarada, a separação top, a mega-blaster que ferrou com tudo, captou?!
“Pursah: […] O que você realmente está perdoando é sempre o instante da separação de Deus, não importa que aparência a oportunidade de perdão possa ter. E o propósito é sempre libertar do falso universo e retornar ao Universo real, o Céu, por perdoar o que está bem na sua frente.” (p. 128)
– Não há limite para a quantidade etc etc etc
Iluminação
“Arten: […] O segredo de redespertar para sua imortalidade está em se tornar mestre não das coisas deste mundo, mas da forma como você olha para este mundo.” (p. 75)
– Satya Sai Baba faleceu antes do que tinha previsto e isto abalou a fé de milhares pelo mundo. É que queremos sempre um mestre das coisas deste mundo, quando um mestre assim seria apenas um ilusionista. Do ponto de vista de um ser iluminado, morrer na cruz também parece bastante estúpido. Mas a morte não é a mensagem. A mensagem é como você olha para a morte.
“Gary: […] Em relação a ver mestres ascensionados, isso é só como deveria ser para mim desta vez, e outras pessoas farão isso numa outra vez. Seria meio bobo ter bilhões de pessoas por aí, todas vendo mestres ascensionados. Daí, ninguém usaria outros dons.” (p. 108)
– Só pra constar: ver bicho-papão, mula-sem-cabeça, aura, ETs e mestres ascensionados não é sinal de iluminação.
“Pursah: […] As mulheres sempre têm sido mais avançadas espiritualmente do que os homens em geral, porque tendem a ser mais maduras. Isso não significa que não existam homens tão avançados ou mais avançados; só não existem tantos deles quanto mulheres.” (p. 146)
– Calma, Rabicó! Lembre: fomos/seremos homens e mulheres na mesma quantidade de vezes.
“Pursah: […] O foco sempre deveria estar em fazer suas próprias lições de perdão e ir para casa, não no nível da forma e do corpo, que não pode ser espiritualizado. As pessoas estão sempre procurando uma salvação indireta. Elas querem se tornar iluminadas por seguirem alguém iluminado e ter essa iluminação concedida a elas. Isso não funciona assim.” (p. 147)
– Claro que não funciona, da mesma maneira que, se você estiver ao lado que alguém que faz regime, isso não significa que você também estará emagrecendo.
Conte-nos uma piada, Gary
“Gary: […] Tenho certeza de que estava deprimido, mas as pessoas não se preocupavam com depressão nos anos sessenta. Agora, todos estão deprimidos e a América está dopada. Mas naquela época, era assim: ‘Deprimido? O que você quer dizer com isso? Arranje um trabalho’.” (p. 55)
– Se você adora livros que metem pau nos Estados Unidos, leia este. Mas, lembre-se: democratas sempre falam mal de republicanos, mas nunca falam mal de seu país. A parte de que eles falam mal é uma parte hipotética em que só existem republicanos.
“Gary: […] Não me tornei um grande guitarrista; é necessário muito empenho, energia e ambição para ser grande em qualquer coisa, não importa o que seja. Talento não é suficiente; é preciso trabalho para desenvolvê-lo.” (p. 55)
– Não consigo evitar, hahaha: ficou deprimido? Hahaha, relaxe: em alguma encarnação todos já fomos grandes. Faz parte da dualidade. Apenas é bastante chato que estejamos na encarnação oposta desta vez.
Lamente algo sério, Gary
“Gary: É triste. Quero dizer, quando você pensa sobre isso, o mundo atravessou os últmos sessenta anos sem usar armas nucleares. Eu estava esperando que isso fosse continuar assim.
“Arten: Já foi feita alguma arma que não tenha sido usada? Se você não quer usá-la, não a faça.” (p. 171)
– Recado dado: não a faça.
revisto por Mayra Corrêa e Castro © 2014
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