Casa Máy > As Melhores Partes - Posts > autoconhecimento > Abrindo as portas interiores – Eileen Caddy
Pra muitos é a maior bobagem da face da Terra. Pros iniciados, é a melhor maneira de deixar fluir a intuição: oráculos. Pessoas azedas costumam dizer que mensagens reveladas em oráculos servem a qualquer situação, a qualquer um, em qualquer momento. Pode ser. Mas modernas teorias, que avaliam a sincronicidade, têm mostrado que existe um pouco mais do que apenas charlatanismo em volta do hábito, aliás, antiquíssimo, de consultar baralhos de tarot, runas, I ching ou mesmo abrir a esmo um livro de mensagens. Quando a alma pede, um campo de consciência se forma e transforma a realidade por mecanismos de ressonância – e isso afeta (ou revela, como queira) o resultado, isto é, a resposta buscada. (Sugiro uma boa lida no livro O Campo, de Lynne McTaggart, já resenhado aqui no Melhores.)
Entre os livros que podem ser consultados como oráculos (a princípio, qualquer um!), gosto particularmente deste Abrindo as Portas Interiores, escrito pela fundadora da comunidade escocesa Findhorn, Eileen Caddy. Em 1962, ela, Peter Caddy e Dorothy Mclean criaram um centro com objetivos visionários: associar ecologia à espiritualidade e viabilidade financeira. Abrigando quatrocentos pessoas que vivem exclusivamente dos programas educacionais e do manejo do solo das propriedades de Findhorn, a fundação hoje é reconhecida pelas Nações Unidas e funciona em parceria com associações que possuem os mesmos objetivos em todo o mundo, quais sejam os de educar pessoas pra que vivam espiritualmente e conectadas à Natureza. O projeto vai muito bem, obrigada, dando prova de que é possível viver assim, em pleno século XXI, bastando mudar paradigmas do que significam felicidade e saúde.
Eillen Caddy se tornou, ao longo da vida (1917-2006), uma líder espiritual. Praticante de meditação, convocou as pessoas a buscar seu “Deus interior” como forma de obter orientação e explicações em momentos difíceis ou mesmo prosaicos da vida. Abrindo as Portas Interiores é a voz desse Deus de cada um. O livro consiste de 366 mensagens, uma para cada dia do ano, que podem ser lidas sequencialmente, como uma pequena pílula de Presença para o início daquele dia, ou tiradas na sorte, abrindo-se o livro numa página qualquer. São mensagens excelentes, profundas, lúcidas e que transpiram amor. Não recordo uma situação em que eu tenha pedido orientação ao livro e a mensagem que abri não tenha servido precisamente àquele propósito. Sim, claro, qualquer uma poderia servir – diriam. Mas prefiro me abrir à possibilidade de que não. Abertura para aquilo que não podemos explicar nem comprovar, afinal, é uma maneira de cultivar modéstia, virtude inequívoca quando nos pomos diante da Natureza.
revisto por Mayra Corrêa e Castro ® 2014