Pela fala ou pela substância?

Existem duas grandes abordagens para lidar com problemas comportamentais: a estratégia pela fala e a estratégia pela substância. Quando um interagente vier a seu consultório, vale a pena você ter essas estratégias em mente para descobrir como a aromaterapia poderá ajudá-lo. A forma como fará isso é sempre se perguntando: este problema é tratado lá fora com medicamento ou com psicoterapia?

Vamos dar um exemplo:

Uma mãe chega queixando que o filho deixa a toalha molhada na cama, que não apaga a luz do quarto quando vai jantar e que esquece o casaco do uniforme na escola quando volta pra casa. Você, como aromaterapeuta, olha para fora e se pergunta: este comportamento seria tratado, no senso comum, com medicação ou com psicoterapia?

Bem provavelmente, seria endereçado com estratégias não-farmacológicas. Então, se você entender que os óleos essenciais podem beneficiar este filho, não venha com muita farmacologia para embasar sua estratégia porque parecerá presunção demais. Suponha que a intervenção aromaterapêutica que fizer será muito mais no sentido do cuidado, da ancoragem de gatilhos comportamentais em odorantes, de rotinas de bem-estar que poderão dar mais autoconsciência aos atos cotidiano daquele filho e de sua relação com a família.

Outro exemplo:

Uma mãe chega dizendo que sua adolescente está tendo momentos de grande ansiedade, em que falta o ar e que isso ocorreu depois de que cachorro morreu. Você então se faz a pergunta: este comportamento seria tratado com medicação ou com psicoterapia no senso comum?

Há grande chance, se esses momentos estiverem inviabilizando a rotina da filha, que ela tome algum medicamento ansiolítico. Assim, sua estratégia na aromaterapia poderia apoiar o mecanismo de ação desse medicamento. Aqui cabe vir com todo o seu conhecimento de psicofarmacologia dos OEs.

Muitas vezes, quando o assunto é comportamento, a aromaterapia trabalha com as duas estratégias ao mesmo tempo: pela farmacologia e pelo cuidado, o que chamamos de estratégia pela substância e estratégia pela fala, respectivamente. É raríssimo ser apenas pela farmacologia, e talvez seja mais comum do que supomos que nossos resultados venham grandemente pela prática do cuidado em si. Saber refletir sobre isso ajuda demais no dia a dia da clínica aromaterapêutica, pois o plano que você traçará terá mais assertividade.

Falaremos disso tudo em nosso próximo curso Criando um Plano de Cuidado Aromaterapêutico (março de 2025). As inscrições estão abertas. Venha aprender!

Beijo de cheiro, Mayra.