Perfumaria funcional é neurociência?

Você já sabe: se tem ciência no nome, vende; se tem neuro ainda por cima, vende mais!

A alegação mais comum da atual perfumaria funcional é que ela esteja fundamentada na neurociência. De onde surge isto?

1) De estudos sobre o olfato conduzidos com técnicas de escaneamento da atividade cerebral.

2) De ensaios clínicos em que a ação de determinado odorante foi avaliada conforme alguns parâmetros.

Obviamente que hoje muito se conhece sobre a ação de odorantes na química do sistema nervoso, mas é menos óbvio que se conheça o quanto esta ação se traduz em reprodutibilidade de efeitos na vida real. (Ciência requer reprodutibilidade.)

Já os ensaios conduzidos normalmente são feitos com poucas pessoas e contratados pela próprias empresas de fragrâncias, o que os torna altamente enviesados. (Ciência requer relevância estatística e métodos em que vieses sejam o mais eliminados possível.)

Por isto, melhor é dizer que a perfumaria funcional é uma técnica em que se busca criar certas sensações olfativas. Uma técnica que parte de achados científicos mas que é temperada com muita técnica de marketing – e no bom sentido do termo marketing.

Beijo de cheiro, Mayra.