Casa Máy > Aromaterapia > Aromaterapia como panaceia (não é)
Bom seria se os óleos essenciais fossem uma panaceia – mas não são. Então, de onde vem esta percepção que todos os males se beneficiariam da aromaterapia?
.
Primeiro, é preciso diferenciar “se beneficiariam” de “se curariam”. Enquanto prática de bem-estar, inalar óleos essenciais de cujo cheiro se goste pode, efetivamente, beneficiar qualquer pessoa, em qualquer condição. Mas isto não é suficiente pra classificar a aromaterapia como panaceia. Alto lá!
.
Embora os OEs sejam substâncias quimicamente complexas, costumam ser inespecíficas, ou seja, agem em múltiplos alvos terapêuticos (macromoléculas) sem especificidade de ação. Assim, ainda que tenham potencial pra provocar ou inibir respostas bioquímicas, nem sempre o fazem como agonistas ou antagonistas precisos. Sua ação acaba sendo reduzida quando se quer modular uma atividade exata no organismo.
.
A questão da reatividade dos compostos dos OEs é outro fator que dificulta sua ação mais específica também, impondo dificuldades extras tanto em nível farmacocinético quanto farmacodinâmico.
.
Entretanto, por seu potencial adaptogênico, muitos OEs parecem favorecer a recuperação natural do organismo – de onde surge a impressão de que são uma panaceia. Mas atenção!
.
É um absurdo pretender que os óleos essenciais tratem de câncer, Alzheimer, TDAH, diabete, asma, fibromialgia, sintomas associados a TEA, SOP, endometriose, HA, Parkinson, fibrose cística, Chron, vitiligo, hérnia de disco, artrite reumatoide, lúpus, ELA, choro de bebê, menopausa, disfunção erétil, Hashimoto e tantas outras questões. Não deixe que ninguém te convença a ingerir gotas e gotas pra resolver qualquer quadro assim.
.
A aromaterapia tem suas limitações. Ela não é uma panaceia, ainda que tenha chance de trazer muito bem-estar às pessoas e, em alguns casos, efetivamente tratar.
Beijo de cheiro, Mayra.