Casa Máy > Aromaterapia > Enantiômeros e percepção de seus odores
Você já deve ter ouvido falar dos enantiômeros (sim! se fez o Ensino Médio, ouviu!). São moléculas que formam a imagem espelhada da outra e normalmente possuem atividade ótica, sendo capazes de desviar o plano da luz polarizada (moléculas destrógiras e levógiras, como d-limoneno e l-limoneno; d-linalol e l-linalol; d-citrinelol e l-citronelol etc.)
O mais interessante sobre estas moléculas é que elas costumam ter atividade farmacológica diferente uma da outra ou uma delas pode ser inativa.
Outra particularidade é que podem cheirar diversamente, como o l-citronelol que cheira a gerânio e o d que cheira a citronela; l-limoneno que cheira a terebintina e o d que cheira a laranja.
No que diz respeito às variações na percepção de cheiro de enantiômeros, pode ocorrer:
– apenas um deles tem cheiro e o outro não tem (ou é muito fraco);
– ambos cheiram igual, mas com intensidades diferentes;
– ambos cheiram igual e com a mesma intensidade;
– cada um cheira diferente do outro, possuindo limiar de cheiro diferente também (caso mais raro).
Este assunto é tão intrigante que 4 isômeros do mentol cheiram diferente um do outro!
Outra curiosidade é que há anosmias entre a população humana pra alguns enantiômeros. Por exemplo, estima-se que cerca de 6% das pessoas não detectam os isômeros da carvona (l-carvona cheira a alcarávia e a d cheira a hortelã-verde).
Considerando-se que existe variação no conjunto de receptores olfativos (geneticamente determinada), não espanta que os perfumes (e os OEs) acabem cheirando ligeiramente diferente pra cada pessoa. Tudo depende do isômero em questão e dos receptores que você tem em seu nariz!
O olfato é fascinante, você não acha?
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Beijos de cheiro, Mayra.