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Questões inconclusas da aromaterapia – OEs hipertensos

Postado às 13:27 do dia 02/07/21

Assunto difícil pra resumir no espaço de um post, “OEs hipertensivos” perpassa basicamente por 2 eixos:
– evidências científicas x evidências da prática clínica;
– Ação hipertensiva com mecanismo fisiológico x psicológico.

Segunda a revisão feita por Tisserand e Young (EOS, 2014), a primeira referência a OEs hipertensivos vem de Jean Valnet (1964) e foi atualizada por vários autores nos anos 1990. Entre os OEs mais citados estão alecrim-verdadeiro, hortelã-pimenta, eucalipto-glóbulos, hissopo, cânfora, sálvia-dalmaciana e tomilho.

Embora o potencial convulsivante das moléculas cânfora, tuiona, 1,8-cineol e salicilato de metila, quando usados em doses convulsivantes, possa carregar um efeito colateral hipertensivo, as evidências de estudos pré-clinicos não sustentam o potencial hipertensivo per se pra maior parte dos OEs ricos nelas.

Já alguns ensaios clínicos, com n baixo, mostraram que inalações longas com OEs ricos em limoneno e carvona aumentaram ligeiramente a pressão arterial (PA). Curiosamente, na tradição francesa, OEs ricos em pineno, em uso oral, são tidos como hipertensivos, embora seja uma evidência não confirmada em trials clínicos.

OEs provocam diversas alterações psicológicas e sensações. Sensações térmicas provocadas por OEs quentes ou frios costumam ser percebidas como benéficas ou maléficas conforme cada indivíduo e talvez esta percepção seja capaz de alterar a PA.

O cenário fica mais complexo porque preceitos de outras racionalidades médicas como Ayurveda e MTC “contaminam” a teoria biomédica, ainda que aquelas sejam medicinas vitalistas e esta materialista.
.As evidências pré-clínicas apontam que os OEs tidos como hipertensivos não costumam sê-lo, e ensaios clínicos dizem que o são aqueles que na tradição da aromaterapia não são reputados como.

O melhor, portanto, é observar, ter bom senso e deixar o dogmatismo de lado – seja no lado “provoca aumento da PA”, seja no lado “não provoca aumento de PA”. Este é um dos assuntos mais INCONCLUSOS da aromaterapia.

Beijos de cheiro, Mayra.

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