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Cadê o estudo dizendo que OE não faz mal?

Postado às 12:17 do dia 22/01/21

Uma das réplicas cínicas que recebemos quando insistimos em questões de segurança e toxidade no uso de OEs é: “Mostre o estudo dizendo que faz mal!”. Temos uma certa preguiça de responder a este tipo de cinismo, mas hoje iremos.

Em primeiro lugar, o corpo de pesquisas com o maior nível de confiança sobre uso terapêutico dos OEs (os estudos clínicos randomizados controlados com duplo-cego) são extremamente escassos. E os existentes sequer cobrem as inúmeras formas de usar os OEs nem em uma mesma situação de saúde.

O grosso da pesquisa com OEs é pesquisa básica: pesquisa in vitro e pesquisa com cobaias animais – logo, pesquisas em que a extrapolação de resultados pra humanos é complicada, seja pra efeitos terapêuticos, seja pra efeitos tóxicos.

Assim, em áreas novas como a aromaterapia, temos que recorrer à tradição pra estabelecer o que é o uso seguro, e nos apoiar em pesquisas que estabeleceram a toxidade dos OEs em outro contexto de uso, como na cosmética, e/ou da toxidade de substâncias semelhantes, como fitoterápicos, em contextos semelhantes. Essas pesquisas estão espalhadas em bases como PubMed, Cochrane ou Scielo.

Quando um estudo aponta potencial tóxico, é mais sensato (e mais seguro) supor que este potencial pode existir pra uma substância semelhante, ou pra mesma substância mas em contexto diferente, do que supor que não haja potencial tóxico nenhum. Só que bom senso vem apenas depois de décadas de atendimento e estudo pra identificar situações que não estão numa revisão sistemática com metanálise.

Mas o que nos incomoda realmente quando pedem provas do potencial tóxico é que essas mesmas pessoas não pensam em pedir estudos que provem que não há toxidade àqueles que as orientam a usar os OEs à vontade. Por que essas pessoas jogam o ônus da prova em cima de nós – que estamos preocupados com sua segurança – em vez de jogar o ônus da prova nas pessoas que estão lhes indicando OEs?

Lembre: tudo que nos cobram como prova pode ser cobrado como contraprova de quem não se preocupa com toxidade e segurança. Aponte a mira na direção certa, cara pálida. Não nos peça a prova da toxidade: peça a seus líderes a prova da segurança!

Beijos de cheiro, Mayra.

😉

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