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Anosmia – um treino olfativo

Postado às 12:24 do dia 21/09/19

Anosmia é uma doença subestimada. Trata-se da perda parcial ou total do olfato. A perda total, que é menos comum, decorre de acidentes vasculares cerebrais, de traumatismos cranianos, infecções respiratórias nasais muito severas e de doenças neurodegenerativas em estado avançado. A anosmia também pode ser decorrente de quimioterapia ou radioterapia em certas circunstâncias.

O assunto sempre me chamou atenção por sua relação óbvia com a aromaterapia. Mas me tornei mais ciente de sua gravidade após a leitura de dois livros: The Scent of Desire, de Rachel Herz, e What The Nose Knows, de Avery Gilbert. Sendo ambos pesquisadores do olfato, a primeira se interessou por sua perda, enquanto o segundo se interessou por seu “excesso”. Um dos relatos sobre consequência da anosmia trazidos por Rachel foi o da triste história do vocalista da banda INXS. Após ter se tornado anósmico devido a um acidente de carro, o cantor desenvolveu depressão. Infelizmente, veio a se suicidar. São casos extremos, evidentemente – mas casos extremos sempre cumprem o papel de nos alertar pra aquilo que é desconhecido, ou tem pouca visibilidade. E a perda do olfato padece disso.

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Após conhecer o trabalho de Rachel Herz, passei a segui-la no Twitter e então topei com as atividades de uma organização sem fins lucrativos, chamada Abscent.org, que desenvolve estratégias para recuperação do olfato em pacientes que o perderam em diversos graus. A estratégia das atividades parte sempre do estímulo olfativo, o que a fundadora da organização chama de “fisioterapia para o nariz”.

O método é incrivelmente simples e intuitivamente já conhecido por aromaterapeutas: cheirar óleos essenciais que sejam bem diferentes entre si. Durante minha trajetória, tive contato com testemunhos de pessoas que, passando a usar aromaterapia, começaram a sentir de volta alguns cheiros. Às vezes, quem passou a sentir alguns cheiros novamente foram parentes que habitavam a mesma casa onde o aromaterapeuta colocava óleos essenciais num aromatizador.

Penso, entretanto, que a proposta da Abscent.org é mais bem estruturada e tem a vantagem de já ter sido testada com mais pacientes e acompanhada por mais especialistas. A proposta é separar 4 óleos essenciais – limão, rosa, cravo-da-índia e eucalipto-glóbulos – e inalar gotas depositadas dentro de um potinho de vidro por 20 segundos, 2 vezes ao dia, por no mínimo 4 meses. Existe um diário onde o paciente deve avaliar a experiência em 4 quesitos: potência do cheiro, reconhecimento do cheiro, descritores do cheiro e sensações despertadas pelo cheiro.

Descrevi um pouco mais este processo no vídeo abaixo.

Mas você pode acessar o site da Abscent.org e aprender diretamente da fonte.

Me avise o que achou desta proposta da Abscent.org e compartilhe resultados.

Vamos trazer mais visibilidade para os pacientes anósmicos.

Beijo de cheiro, Mayra.

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