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A primeira perfumista que se tem notícia

Postado às 21:19 do dia 06/06/14

Nos dias de hoje, nas salas de aula de aromaterapia e perfumaria botânica, a maioria é público feminino. Quando dei de cara com a informação de que o primeiro perfumista que se tem notícia na história da humanidade era mulher, só posso pensar que estamos resgatando uma tradição que foi, desde sempre, nossa.

Tapputi-Belatekallim e (-)Nimu (uma parte do nome se perdeu) foram as primeiras (e primeiros) perfumistas conhecidas (1). Tapputi era governanta numa casa da realeza na Mesopotâmia, no período de 1200 a.C. A referência a seu nome, bem como à de uma pomada feita com flores, óleo e cálamo foi encontrada numa tábua cuneiforme do período. Nessa tábua, cuja foto está abaixo, também se viu a primeira menção a um alambique de destilação, usado por Tapputi na criação de seus perfumes.

Foto: chemheritage.org

Foto: chemheritage.org

Se pensarmos bem, não parece surpreendente que as primeiras perfumistas da história tenham sido mulheres, já que os equipamentos para fazer perfumes, unguentos, pomada e óleos infusos estivessem principalmente dentro das cozinhas.

Abaixo, veja uma imagem do sítio arqueológico Ilha de Afrodite (Chipre) datado de 4.000 a.C., mostrando uma fábrica de perfumes com mais de 3 km2:

Foto: Maria Rosaria Belgiorno in nationalgeographic.com

Foto: Maria Rosaria Belgiorno in nationalgeographic.com

O sítio arqueológico Ilha de Afrodite foi descoberto em 2003 pela equipe de Maria Rosaria Belgiorno da National Research Council in Rome. Nele foram encontrados cerca de 60 aparelhos para destilação, tigelas, funis e garrafas de perfume bem preservados. Veja na foto abaixo alguns fragmentos descobertos nesse sítio:

Foto: Reuters in theage.com.au

Foto: Reuters in theage.com.au

Então, na próxima vez que estiver manipulando seus cosméticos aromaterápicos, pense nessa tradição: você é uma herdeira de Tapputi.

(1) Fontes: Early Arabic Pharmacology: An Introduction Based on Ancient and Medieval Sources, de Martin Levey, 1973, EUA (veja amostra do livro em http://migre.me/jFRz4); e Women in Chemistry: Their Changing Roles from Alchemical Times to the Mid-twentieth Century, de Marelene F. e Geoffrey Rayner-Canham, 2001, EUA (veja amostra do livro em http://migre.me/jFSK1)

Um abraço de cheiro, Mayra.

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