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(Este artigo foi escrito originalmente para o Jornal do Juvevê, edição de abril de 2011.)
Aproveitando a deixa da reportagem de capa sobre os benefícios do yoga feitos pela revista Isto É, reproduzo aqui no meu site o texto que escrevi em abril sobre os benefícios do yoga. O texto é complementado por artigo meu na edição online do Jornal do Juvevê, onde cito benefícios do yoga que a ciência já comprovou. Veja abaixo.
Namaste, Mayra.
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O yoga é milenar, mas não ficou parado no tempo.
Por Mayra Corrêa e Castro
Ninguém consegue precisar a ancestralidade do yoga. Há registros indicando que determinadas técnicas de yoga já eram conhecidas há milhares de anos. A datação do yoga se confunde com a cronologia da própria cultura hindu, que pode, ela própria, remontar a algo tão antigo quanto 4,5 mil anos a.C., época em que se crê que os hinos védicos foram compostos.
O mais surpreendente na cultura hindu é sua capacidade de se adaptar a levas de invasões de povos e culturas diferentes ao longo dos séculos, sem, contudo, perder sua essência. O yoga empresta esta capacidade do hinduísmo e se configura, ele mesmo, num corpo de filosofia e técnicas que estão sempre se adaptando aos tempos sem nunca se descaracterizar.
O yoga é tão democrático que pode ser praticado por hindus, budistas ou cristãos. O yoga é praticado igualmente por orientais e ocidentais, por pessoas com nível sociocultural e econômico alto ou baixo. O yoga é praticado em eventos que congregam centenas de pessoas – como no anual Yoga pela Paz no Parque do Ibirapuera em São Paulo, SP – ou por um único asceta numa caverna fria aos pés dos Himalaias.
Vegetarianos e onívoros praticam yoga. Pessoas que estão apenas preocupadas com a saúde física ou pessoas que apenas se interessam pela meditação praticam yoga. Aqueles que oram e aqueles se guiam pela vida sem crer em Deus nenhum praticam yoga. Uma criança, um adulto, um idoso, um ser humano plenamente saudável ou debilitado praticam yoga.
Se hoje as pessoas enxergam no yoga apenas uma série de técnicas adequadas para a promoção do bem-estar – tudo bem para o yoga. Não será a primeira vez que esta filosofia terá se adaptado. No passado, ela já se adaptou para promover o desenvolvimento da espiritualidade sem o atrelamento a nenhum dogma religioso. Quando começou a ficar difícil para as pessoas vivenciarem sua espiritualidade sem a experiência do corpo, o yoga se adaptou também.
O yoga que temos hoje em academias, estúdios e ashrams não é nem o yoga antigo, nem o yoga do futuro. É apenas o yoga de hoje, aquele de que as pessoas precisam. Se as pessoas precisam praticar yoga como uma atividade que lhes tira a dor, qual é o problema? Se as pessoas precisam praticar yoga como um caminho para encontrar a Deus, qual é o problema? Se as pessoas precisam praticar yoga para reforçar suas convicções éticas, tem algum problema? Se as pessoas precisam praticar yoga para relaxar e descansar, não há problema nenhum também.
No final, todos praticam yoga ? e existe um momento, seja na prática do yoga de dois mil anos atrás, seja na prática de agora, que traz equilíbrio entre a motivação mais terrena e a mais transcendental que existe em cada um de nós.
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