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Com fluidez ou permanência – dois modos de praticar yoga

Postado às 22:45 do dia 09/11/10

Este artigo foi escrito originalmente para o Jornal do Juvevê, edição de outubro de 2010. 

O yoga no Brasil passa por um momento especial, muito bacana, em que técnicas modernas estão sendo estudadas e aplicadas por grande número de professores em suas academias e estúdios. Se antes achávamos que havia apenas um jeito de praticar as posturas do yoga, hoje existem vários, mostrando que a força desta filosofia milenar está mesmo em seu caráter adaptável aos vários tipos de temperamentos e anatomia humanos. 

Possivelmente, devemos todas as nuances do yoga moderno a dois grandes professores: Patthabi Jois e B.K.S. Iyengar. O primeiro foi o criador de um método chamado Ashtanga Vinyasa Yoga, marcado pela fluidez das posturas, que se concatenam umas às outras e de acordo com o movimento respiratório executado, inspiração ou expiração. 

O segundo criou um método batizado com seu próprio nome, Iyengar Yoga, marcado pela permanência nas posturas, em que o mais importante é se obter o alinhamento entre mente, corpo e respiração, através do uso de diferentes equipamentos em aula, como cobertores, cadeiras, blocos, placas, cordas e almofadas. 

Embora diferentes, um e outro método possuem pontos em comum. Ambos foram criados por pessoas de disciplina férrea e aptidão física ímpar. Acredito que estas duas características atribuídas tanto a Patthabi Jois quanto a Iyengar devam-se, em parte, aos esforços daquele que foi professor dos dois, o grande mestre indiano Krishnamacharya. A força de seus ensinamentos moldou toda uma geração de praticantes de yoga pelos cem anos depois de seu nascimento. 

Seus discípulos mais famosos herdaram esta força e a transferiram para sua prática pessoal. Ninguém que pratica Ashtanga ou Iyengar pode dizer que se trata de uma prática “fraca” ou “parada”, mesmo que numa haja fluidez e, noutra, permanência. 

Entretanto, um bom professor de Vinyasa Yoga ou de Iyengar Yoga sabe adaptar a prática aos seus alunos, embora me pareça que, entre os dois métodos, o de Iyengar seja mais adaptável e democrático – já que usa equipamentos que ajudam o aluno a fazer a postura – e o Vinyasa me pareça mais rápido para dar consciência respiratória e concentração – já que coloca o aluno no exercício de controlar o fluxo respiratório desde a primeira aula. 

Seja como for, estas duas metodologias alcançam praticantes bem diversos entre si: aqueles que precisam de uma prática adaptada à sua saúde; aqueles que não se imaginam parados meditando e aqueles que precisam urgentemente aprender a aquietar a mente; aqueles que têm receio de se machucar e aqueles mais atléticos que buscam desafios corporais e mentais. 

Iyengar escreveu em seu livro que “o yoga é para todos” e isto se tornou um mantra para professores que se dedicam a estudar seu método, levando esta prática a milhares de alunos dentro e fora do Brasil, que possuem menos ou mais dificuldade com as posturas. 

E Patthabi Jois diz que yoga é 99% prática e 1% teoria. Herdeiros de seu método, que também se contam aos milhares, levam isso ao pé da letra, desenvolvendo uma prática que lhes dá saúde e felicidade, não apenas teoricamente. 

Mayra Corrêa e Castro é linguista, publicitária e proprietária da Casa Máy, estúdio de yoga e aromaterapia no Juvevê. Seu email é mayra2@casamay.com.br

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