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Minha mensagem de final de ano

Postado às 14:06 do dia 16/12/09
Estamos às vésperas do Natal e do Réveillon de 2010 e quero lhes passar uma mensagem para o final de ano.
 
Aninho difícil, aliás. Difícil porque tivemos que enfrentar, todos, sem exceção, o medo de morrer com a gripe suína e o medo de um futuro que, por mais que pensássemos estar sob nosso controle, não nos pertence.
 
Fico feliz que festejemos o Natal em pleno verão, mas me compadeço daqueles que o festejam no inverno, impedidos de sair às ruas, de se reunirem, por receio da transmissão do vírus.
 
Não é que eu quisesse passar a todos uma mensagem pessimista. Mas gostaria que você refletisse sobre as piores passagens de 2009 para imprimir mudanças positivas e reais em sua vida.
 
Enquanto humanidade, nossa espécie corre um sério risco de extinção, porque não pensamos no planeta Terra e em todas as espécies que vivem nele – sobretudo animais – como cohabitantes. Pensamos sempre que somos superiores a todos eles, ao ponto mesmo de nos permitirmos comê-los.
 
Daí, vem um viruszinho qualquer, que é um cohabitante de nosso mesmo planetinha e diz: “Ah, é?! Então vamos ver quem pode mais.”
 
Não, não está certo nosso estilo de vida. Por outro lado, sei que é difícil pacas abrir mão de tudo, de todo o conforto que conquistamos. Justamente por isso, penso que devamos escolher pelo menos um, um único hábito que, suprimido, traga grandes impactos positivos ao planeta, à humanidade e a todas as demais espécies com quem convivemos, animais e plantas.
 
E tenho certeza absoluta de que este único hábito que devemos erradicar, já, é o de comer carne; é parar de criar animais, sustentá-los com água e alimento para depois matá-los e alimentarmo-nos deles. Me desculpe a franqueza, mas é uma estupidez, do ponto de vista econômico e ecológico, comer carne. E, do ponto de vista de nosso estágio evolutivo, é uma decisão que põe em risco toda a nossa existência futura. 
 
Talvez você não se importe com o futuro, ou talvez ele lhe pareça longínquo demais. Então, deixe-me lhe contar uma coisa: o primeiro foco de propagação em massa do vírus da gripe suína aconteceu numa fazenda de criação intensiva de suínos, no México, parece que no futuro distante de abril de 2009. Por quê? Vou explicar de uma maneira bem simplista: você fica anos sem poder comer doce, daí, você chega numa doceria e lhe dizem: está à disposição. O que você faz? Você se farta!
 
O vírus da gripe suína já existia há anos, mas nunca houve tanto porco e frango sendo criado para eles se multiplicarem. Não fomos nós que criamos o vírus, foi a natureza. Mas somos nós, com esta necessidade ilógica de comer carne, que criamos a doceria.
 
Em 2010, se eu pudesse desejar uma única coisa, seria que a humanidade comesse menos carne. (Eu queria que parasse de vez.) Há uma pesquisa reconhecida por todos os governos do mundo que diz que se cada um deixar de comer carne pelo menos na segunda-feira (é a campanha Segunda Sem Carne) já faremos reversões interessantes na evolução do aquecimento global.
 
Mas, sinceramente, deixar de comer carne uma vez por semana só é pouco. Você pode fazer mais do que isso. Pode mesmo. É só entender que é um pedido sério que a motivação surge com força no segundo seguinte.
 
Bem, esta é minha mensagem de final de ano.
 
Certa vez, conversando com meu marido, fazendo as tradicionais retrospectivas de final de ano, concordamos que o ser humano tem uma habilidade incrível de computar prós e contras para que a soma seja sempre zero. Acho que esta memória seletiva é saudável para todos: apenas assim somos capazes de perdoar, porque esquecemos o que nos aconteceu de ruim. Só deste jeito desenvolvemos a habilidade de nos contentar, porque aprendemos que para tudo há compensações.
 
Para a espécie dos animais, infelizmente, não tem havido compensações desde que um deles virou bípede e passou a se autodenominar humano. Do ponto de visto de um animal, tendo a imaginar que a balança tem pesado muito mais no contra, porque eles têm sido dizimados há centenas de anos e mais ainda nas últimas décadas. E não falo apenas dos animais silvestres, por favor! Falo principalmente de bois, vacas, galinhas, porcos, peixes e tudo o mais que o bicho homem come.
 
Que em 2010 – estes são os meus votos – estes animais possam começar a contabilizar mais prós que contras e que esta contagem seja impulsionada por você mesmo, que lê este texto.
 
Um feliz Natal, um 2010 com mais luz em nossas vidas e com mais vida na vida de todos os animais.
 
Com afeto, Mayra.

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