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Este nome e esta logo, "Casa Máy"

Postado às 01:31 do dia 18/10/09

Quando eu trabalhava na Global Telecom, por estas razões que apenas a linguística curitibana consegue explicar, ou me chamavam pelo meu primeiro nome completo, “Mayra”, com o som do “y” tônico, como em “ma-í-ra”, ou – veja só – me chamavam de “Máy”.

Eu nasci e cresci no estado de São Paulo e, lá, o apelido reducionista de “Mayra” sempre foi “Má”. “Máy”, portanto, soava estranho à beça, mas eu deixei porque sou muito admiradora do “dialeto” de cá.

E, na mesma  esteira, outras reduções pitorescas ocorriam no escritório: Fernanda não era Fê, mas Fer; Marcela não era Má, mas Mar; Juliana não era Ju, mas Júli… Diante de tanta preciosidade linguística, só pude deduzir que o curitibano era muito mais escrito que oral, muito mais morfológico que fonético.

Pois bem, chegou a época de eu caçar um nome para meu estúdio depois que me desliguei da cooperativa Navrattna, e estava lá eu pensando nas benesses e “má-nesses” de se viver e trabalhar em casa.

Eu só conseguia pensar nos contras: em atender o telefone às 22h no domingo com alguém querendo marcar uma aula de reposição; em ter que cuspir correndo a pasta de dente porque tocaram a campainha; em deixar a comida esfriando no prato quando alguma pessoa chegava para pedir informações; e você sempre lembrar que precisa arrumar isso ou aquilo no estúdio quando passa pela porta de entrada de sua casa.

Então, lembrei dos prós, e eles se avolumaram: o maior e mais importante, eu poder ficar 24h com meus filhos por perto. Depois, outros, mais singelos: não pegar trânsito para ir e voltar do trabalho; poder usar o próprio banheiro no horário que lhe for mais conveniente; dar uma descansadinha na própria cama depois do almoço; almoçar e lanchar comidinha caseira; etc, etc, etc. Foram tantos, que resolvi escancarar esta minha relação “lar-doce-lar” com meu estúdio e resolvi que se chamaria “casa”. Restava, então, nomear a “casa”; este substantivo teria que ser nome composto.

E aí veio a inspiração. Imediatamente. Lembrei de como me chamavam na Global Telecom, “Máy”, e de como, nos anos em que trabalhei lá, os prós foram muito maiores que os contras. Lembrei de minha colega Fernanda, a secretária-executiva do departamento de Marketing, estalando os dedinhos e me chamando com um sorriso cúmplice “Máy, Máy”, sabendo que isso me animaria a receber a notícia de que eu teria de resolver um pepino qualquer.

E a nostalgia foi tão boa, que achei o complemento para a casa, e ficou Casa Máy. Além disso, passando o nome pelo crivo da numerologia, tudo encaixou lindamente. O nome também estava liberado para registro na internet, então tudo ficou acertado. Casa Máy, aqui estou eu.

Agora, a história da logo.

Tenho uma amiga designer, por acaso, uma “Mar”, de Marcela Girotto, que é a coisa mais querida do mundo e um super talento. Enviei-lhe o briefing para a logo:

“Mar, as cores precisam ser azul-índigo e laranja, predominantemente, e eu quero algo que pareça um quadro de Monet visto ao som da bossa-nova.”

Com estas indicações sui generis, enviei-lhe um punhado de referências e ela me saiu com esta linda janela que, pelo que sei, consumiu-lhe horas a fio no Photoshop, porque, veja, ela é totalmente desenhada no computador para parecer esfumaçada à mão.

Quando a janela ficou pronta, mostrei ao meu amigo Luis Fernando Justus, da agência interativa .Com, com quem já convivo há quase 10 anos. Luis é um cara honesto; ele olhou bem para a logo, ficou quieto e disse: “Hum, diferente. Gostei. É, gostei.”

Com o aval do Luis, era montar o briefing online e trabalhar. A princípio, a Cas Máy não teria minha foto, não mostraria tão escancarada esta relação entre mim e o nome (apesar de o ser desde a concepção). Mas o Luis pesquisou, fez sua boa lição de publicitário e marketeiro que é, e me disse por telefone: “Vou colocar sua foto no site, posso?”

Depois de anos trabalhando com ele, deixei de duvidar de seu feeling e lhe respondi: “Você é louco, quer mudar todo meu briefing, mas tá bom. Faça e me mostre depois. Eu confio em você.”

(Parêntesis: confio mesmo: com a estratégia online que ele criou para o Navratta, o site levou apenas um mês para começar a ser listado, sempre, na primeira página de buscas espontâneas do Google, sem anúncios patrocinados e, até o mês passado, recebia mais de 550 visitas únicas por dia.)

Na primeira prova do site da Casa Máy, havia um foto minha de perfil. Ficou horrível e eu duvidava que qualquer foto minha pudesse deixar o layout atraente. E não estava mesmo. Então, mandei-lhe algumas fotos que tirei em São Bento do Sapucaí, em São Paulo, em minha viagem de comemoração de 20 anos de namoro com meu marido, e lhe disse: “Luis, veja se alguma destas fotos aí fica melhor.”

Ele deu as fotos a um carinha chamado Bily, que escolheu uma em que eu estava sentada com os braços sobre os joelhos. Ele cortou os joelhos e colocou meus braços apoiados sobre a barra do menu horizontal e, para minha surpresa, preferiu deixar toda aquela exuberante vista do Vale da Serra da Mantiqueira atrás de mim, compondo o layout do blog. Até então, a abertura do site seria a logomarca e minha foto, só.

Não por mim, que até me achei meio “cheinha” na foto, mas por conta da paisagem, acho que o layout da abertura do blog ficou lindo de tudo. Eu amo as montanhas – e a janela da Casa Máy, puxa, eu queria mesmo que ela desse para um jardim, para a natureza. Eu não poderia ter gostado mais do resultado se tivesse planejado tudo.

Então, esta é a história do nome, da logo e do blog Casa Máy.

Outras pessoas ajudaram-me com eles: Giulliano Soares e Georgea Stein, ambos da .Com; Angélica Ayres, da Mahatma Livraria, minha professora de numerologia; e meus pais, que me deram este nome com muito amor, quando, ainda em lua de mel, conheceram uma Mayra que lhes inspirou para o nome da futura filha.

O nome da gente é uma bênção. Ele encerra tudo o que somos e tudo o que queremos ser. E como ele estamos sempre em casa.

Um beijo, Mayra.

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