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Um guia para o perdão – Maria Amélia R. de Carvalho e Eliane F. de Oliveira

Postado às 14:52 do dia 15/10/14

O Grupo Mera, editora deste livro, funciona há 10 anos no Brasil e vem cumprindo um papel substancial no que se refere à divulgação da mensagem contida em Um Curso em Milagres (UCEM). Já em sua segunda edição, este pequeno, porém competente guia, nos ajuda a entender o conceito central do UCEM, através do qual tudo ocorre: o perdão. Suas autoras se apoiam tanto no UCEM, quanto nos livros de Gary R. Renard (veja resenhas do primeiro livro dele aqui, e do segundo aqui), mas também no material de Kenneth Wapnick, falecido no ano passado, para escrevê-lo. (Kenneth é o fundador da Foundation for ACIM, que vem a ser o braço educacional da Foundation for Inner Peace, detentora original dos direitos do UCEM.) Entretanto, o bacana do livro é a própria experiências de ambas como facilitadoras do Curso e praticantes do perdão. É o que as aproxima dos leitores, sejam os mais experientes, sejam os iniciantes.

Algumas perguntas inevitáveis que fazemos são respondidas por elas, como “perdoar para quê?”, “por que me manter ético se tudo aqui é ilusão?”, ou “por que sinto que fiquei sem chão quando comecei ler o UCEM?” Dividido de forma bastante didática, vai explicando tintim por tintim as ideias chaves que são de dífícil compreensão. Tem um tom mais “professor” que os livros de Gary, o que faz com que não fiquemos tão perdidos uma vez que os assuntos não pulam de um lado para o outro, mas também exige leitores que estejam a fim de estudar o Curso, porque não há a curiosidade de avançar na leitura simplesmente por conta de mestres ascensionados ou viagens no contínuo espaço-tempo.

Para esta resenha, selecionei algumas citações que podem ser compreendidas fora do contexto do Curso. Mas, quando for fazer sua própria leitura, verá que Maria Amélia e Eliane oferecem inúmeros trechos que merecem ser grifados. O livro fica, no final, inteirinho rabiscado com anotações e se torna apoio imprescindível à compreensão do UCEM.

 

 

Uma tecnologia chamada perdão

“Nossas mentes estão ‘viciadas’ em ver sempre de uma mesma forma. A consciência disso abre um novo precedente. Aceitando que seja assim, nos abrimos para a possibilidade da prática do perdão. É com a prática que iremos substituir os pontos de memória viciados de não perdão por outros pontos, agora escolhidos, de uma nova memória.” (p. 19)

– Um dos conceitos interessantes o UCEM é entender o perdão como uma ferramenta (mas, pra ficarmos na linguagem do século em que ele foi escrito, melhor usar o termo “tecnologia”). Esta ferramenta fará, basicamente, com que troquemos a percepção errada sobre como as coisas parecem ser (separadas de Deus), por como as coisas são (umas só com Deus). Mas, como toda boa tecnologia, precisa sempre ser atualizada, senão fica cheia de bugs. Quando mais se pratica o perdão, mas ele fica power, como um Windows que nunca falhasse e em que nunca entrasse vírus. Só que o bom é que o perdão é um freeware de código aberto: está à disposição, e quanto mais pessoas o usarem, mais ele ficará afiado, corrigindo falhas que entrem em qualquer nível do sistema, estejamos conscientes delas ou não.

 

 

Cura

“Curar é lançar um olhar novo. A cura é o sinal de que apagamos o passado de determinada pessoa e escolhemos livemente não ver os erros e as barreiras que ela própria se impôs.” (p. 79)

– Sou aluna de uma fitoterapeuta, D. Nilde Gameiro, que me ensinou o que ela considera fundamental em seu trabalho com as ervas e plantas medicinais: “Nunca olho para alguém como se estivesse doente. Ele não está. Nós não somos doentes. Nosso estado natural é a saúde.” Acho que vai por aí, não vai não? (Mas quero pôr um ponto: no nível da forma, apenas acreditar nisso quase nunca é suficiente; então, de acordo com o UCEM, usamos algumas mágicas, como remédios, terapias, etc.)

 

 

Todos clamam por amor

“Como todos nós estamos amedrontados, os pedidos de amor dos nossos irmãos para nós, e de nós para eles, subjacentes ao medo, têm sido negados. Uma maneira de pensarmos nisso de modo pragmático é que, quando alguém está tentando nos ferir, é óbvio que ele não acredita que esteja repleto de Amor de Deus. Nesse momento específico, essa pessoa não está se identificando como um Filho de Deus, não acredita que Ele seja o seu Pai e, por estar em seu estado egoico, acredita que é filha do ego, sente ameaçada e culpada. Ela sente que Deus está tentando apanhá-la, e sua única forma de lidar com toda a culpa é atacando um irmão. Isso é o que a culpa sempre faz. Portanto, quando essa pessoa nos insulta ou ataca, está dizendo: ‘Por favor, ensine-me que estou errada. Por favor,  ensine-me que há um Deus que me ama e que sou Sua criança. Por favor, mostre-me que o amor que eu acredito ser impossível para mim realmente existe. Assim, qualquer ataque é um pedido de auxílio ou um pedido de amor.” (p. 123)

– Esqueça a palavra Deus – eu mesma tenho muito dificuldade em usá-la, uma vez que, educada em colégio católico salesiano, fiz bastante esforço para entender os conceitos do hinduísmo e, posteriormente, do budismo, para me libertar do que eu achava serem grilhões à felicidade. Esqueça a palavra Deus, e se coloque no contexto de ser um agnóstico. Ainda assim, fará sentido que toda pessoa que sofre está apenas pedindo amor, não fará? Essa perspectiva me ajudou demais desde que o debate eleitoral iniciou pois, sendo uma pessoa que gosta de expressar suas opiniões, sempre me envolvo emocionalmente em todo o tiroteio entre amigos e pela internet. Comecei a ver que as posições inflamadas na defesa de pontos de vistas, frequentemente opostas, são opostas apenas na forma, pois são, em essência, pessoas pedindo amor e aceitação. Perceber isso me deu muita calma para dialogar.

 

 

Rir continua sendo um bom negócio

“A análise é o antônimo do bom humor. (…) Um Curso em Milagres nos ensina que se não dermos atenção demasiada a todos os acontecimentos e, principalmente, a todos os erros, eles não têm como assumir uma proporção capaz de nos tirar a paz.” (p. 142)

– Sacou? Ria mais, critique menos.

 

 

Livre arbítrio pero no mucho

“O Curso diz que aceitarmos a nossa missão de estender a paz aqui é a maneira de encontrarmos a paz. A partir dela, todas as nossas testemunhas mostrarão essa nossa decisão. Tudo o que contemplamos fora demonstra apenas o julgamento que se dá primeiramente dentro de nós. O poder de decidir entre nossos dois guias internos [ego e Espírito Santo, a mente errada e a mente certa, medo e amor] é a única liberdade que nos restou neste mundo.” (p. 155)

– Resumo da ópera: você não está livre porque nunca houve prisão. (Esta é pra deixar você pensando mesmo…) Smack!

 

 

revisto por Mayra Corrêa e Castro © 2014

 

CARVALHO, Maria Amélia Roda de; OLIVEIRA, Eliane Ferreira de. Um guia para o perdão: leitura sobre o perdão verdadeiro de acordo com Um Curso em Milagres. São Paulo: Grupo Mera, 2014, 2ª edição.

 

 

 

 

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